quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

GUIA DA REFORMA ORTOGRÁFICA

Guia da reforma ortográfica Guia da reforma ortográfica Antonio Passos Guia da reforma ortográfica elaborado pela FMU (http://www.fmu.edu.br).

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

RESUMO DA HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DA NOVA IGREJA MATRIZ DA GLÓRIA DO GOITÁ


A construção da Igreja foi sem dúvida um acontecimento que marcou para sempre a História da Glória do Goitá.
Saiba por que a Igreja antiga, construída no ano 1868, pelos membros da Irmandade da Nossa Senhora da Glória, não foi preservada e porque deveria ser construída uma nova Igreja. Praticamente todos que trabalharam na construção foram voluntários doando o seu trabalho de forma gratuita para a construção da Igreja e das Escolas. Todos os finais de semana aconteciam quermesses para arrecadar dinheiro para a constução, o Padre Pedro criou um pastoril que se apresentava em rádios e teatros do Recife e da Região.
Esse pequeno resumo foi extraído do livro "Memórias de um Estudante" de autoria do Dr. Rubens Borges Bezerra, o engenheiro que construiu a nova Igreja, A escola Dom Miguel de Lima Valverde e a escola Paroquial.

Uma manhã, no início da década de 1950, estava no nosso escritório no edifício Igarassu, na Praça do Carmo, quando fui avisado que Padre Pedro de Souza Leão, vigário da Glória do Goitá, queria falar comigo.

Não o conhecia ainda pessoalmente, mas já sabia que era o novo Vigário da Glória do Goitá. Naturalmente o atendi, mas afastado como estava da Glória, com múltiplos afazeres, no inicio da minha carreira profissional, imaginei que ele viera procurar-me com o intuito de pedir auxílio para alguma pequena obra da paróquia.

Com surpresa recebi o pedido para construir uma nova Igreja Matriz para Glória do Goitá. Ponderei a Padre Pedro que a construção de uma obra desse porte seria muito dispendiosa e, em princípio, a antiga Igreja deveria ser recuperada.

No entanto, os argumentos daquele homem simples, com quem simpatizei naquele primeiro contato, fez com que lhe prometesse ir até a Glória para examinar o estado da igreja. Efetivamente, o prédio construído com alvenaria de pedras graníticas, com argamassa de cal, como se usava naquele tempo, estava apresentando diversas rachaduras, principalmente na parte ocupada pela sacristia. Além do mais, com crescimento da população, já não apresentava condições de abrigar o grande número de fiéis do município que freqüentavam habitualmente a missa aos domingos.

Por outro lado, explicou-me Padre Pedro, os protestantes da Assembléia de Deus já tinham um templo na Glória, com o número de fiéis aumentando.

Tive muito boa impressão de Padre Pedro, não somente pela sua simplicidade, usando batina preta, como fez sempre enquanto viveu, mas também, pelo respeito com que se referiu aos protestantes, com os quais sempre conviveu em boa paz.

Como havia prometido, fui à Glória, vistoriei a velha Igreja, reuni-me com o estado maior de Padre Pedro, Esmeralda de Carvalho, Waldemar Negromonte (Dinda) e Socorro Lemos dentre outros; ouvi a opinião de Nelson Holanda, José Borba e Antônio Cassimiro (Tôta), dentre outros e, resolvi ajudar Padre Pedro, não antes de me aconselhar com meu pai (Pai-tiu), minha mãe (Mãe Lola) e minha tia que me criou (Tinine), que viveu conosco toda a sua vida quando nos mudamos da Glória para o Recife.

Os trabalhos para a nova construção da nova Matriz começaram, como foi feito até o seu término, com muitos pedidos e muita engenhosidade para gerar verbas até o término de tão grande obra.

Coube a mim pedir ao arquiteto e pintor Augusto Reynaldo Maia Alves, com quem mantinha estreita amizade, a idealização do projeto, que foi desenhado por Armando Ranulfo, na Seção Técnica do antigo Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis – DNPVN, com autorização do Dr. Lourival de Almeida Castro, Engenheiro Chefe daquela repartição, de onde eu era Chefe da Seção Técnica. Naquela época, esses eram os títulos oficiais utilizados pelo Departamento, nos diversos estados onde tinham representação.

Pronto o projeto, procurei o engenheiro Arlindo do Amorim Pontual, que para Fazer o cálculo estrutural que, como todos os outros, deu sua contribuição desinteressada.

Os projetos das instalações elétrica e hidráulico-sanitárias estiveram a cargo da Sotil, por intermédio dos engenheiros Eliel e Marcionilo que também deram sua contribuição.

Como encarregado da obra, juntamente com o Sr. Arlindo Saraiva, nosso mestre geral da firma Pernambuco Construtora Ltda., foi escolhido o Sr. Manoel dos Santos (Paizinho), que tomou conta da construção da nova Matriz. Iniciamos a Escola D.Miguel de Lima Valverde, construímos a Escola Paroquial, tendo Paizinho acompanhado Padre Pedro, quando ele saiu da Glória e foi para Vitória de Santo Antão, onde vez várias obras no Instituto de Pacas.

Lembro-me da primeira procissão a que compareci na Glória; cada pessoa com um tijolo na mão, outros carregando tijolos em carros de mão e ainda outros, na cabeça e carroças ou cavalos. Muita animação, mas para mim que estava acompanhando o projeto da nova Matriz, comentei com Nelson que meu medo era que a construção se transformasse numa obra de Santa Engrácia.

Mas qual, as obras da nova Matriz nunca pararam, a fé do povo sendo transmitida por meio das procissões, barracas de prendas nas noites das festas, pastoril que veio dançar até no Recife no teatro da Polícia Militar no Quartel do Derby.

Para a construção da nova Matriz, Padre Pedro e seu estado maior movimentavam com tudo que desse algum dinheiro, desde uma pipoqueira na calçada da Igreja. Era uma campanha atrás da outra, pedidos e mais pedidos, por meu intermédio ou por intermédio de quem quisesse ajudar.

O Sr. Miguel Gastão de Oliveira, atendendo minha solicitação, doou importante soma em dinheiro, bem como o Dr. Luiz Inácio Pessoa de Melo, industrial e um dos diretores do Banco do Povo, também ajudou na construção da nova Matriz.

Padre Pedro mostrou-se um batalhador incansável, simples, honesto, enquanto viveu. Tinha sobretudo enorme fé em Deus e em Maria, não se poupando jamais.

A construção da nova Matriz era o assunto de todos os glorienses e Pai-Tiu sempre tão prudente, por ocasião da concretagem da viga de grande seção que separa a nave da Igreja com o altar mor, chamou-me reservadamente, apreensivo, fazendo-me diversas perguntas a respeito da estrutura do prédio. Expliquei-lhe tudo, inclusive as preocupações tomadas pelo Dr. Arlindo Pontual, sabedor da pouca capacidade da betoneira utilizada na concretagem, o cuidado permanente com o traço do concreto, além da maneira como tinha sido projetada a estrutura da igreja, separada da estrutura da sua torre.

Com o trabalho incansável de Padre Pedro e seu estado maior e a fé singela do povo da Glória, a construção nunca parou.

O escultor e pintor Abelardo da Hora, contribuiu com a obra de arte em azulejos, que lá existe, pudesse ser feita.

Enfim, a nova Igreja Matriz da Glória do Goitá é um exemplo de fé, trabalho e boa vontade de pessoas as mais distintas, desde os que tinham para oferecer a sua única moeda, com tanto valor diante do Senhor, como aqueles que, sem nunca terem visto a obra, contribuíram desinteressadamente, confiando na figura simples de Padre Pedro, que a todos inspirava respeito.



domingo, 8 de fevereiro de 2009

Fazer jornal equivale a enfrentar sacrifícios e responsabilidades sem conta. E o conceito se amplia, se esta atividade é exercida no interior do Brasil, há 130 anos atrás. Quando a nossa cidade vivia quase insulada, comunicando-se com a capital apenas por diligências puxadas por cavalos, duas vezes por semana, a nossa Glória do Goitá, tinha pouco mais de 5 mil habitantes, a maioria residindo na zona rural, que viviam modestamente de recursos tirados da agricultura, cujo os seus principais produtos eram a cana de açúcar e a mandioca.

Eis, que surge Antão Borges Alves, um espírito iluminado, talhado para nobres empreendimentos, concebeu a idéia de trazer o sublime invento de Gutenberg – tipografia, e com ela fundar o nosso primeiro jornal, “O Goitaense” periódico imparcial.

Naquele momento noticiava-se a chegada do Juiz Municipal do Termo da Glória do Goitá, Dr. Feliciano do Rego Barros Araújo Filho.

Antão Borges Alves, nasceu na Vitória de Santo Antão em Setembro de 1844 e Faleceu em Agosto de 1918, na Glória do Goitá. Político filiado ao partido liberal, nomeado Tabelião público do Termo e município da Glória do Goitá, em 1878. No dia 8 de Fevereiro de 1879, imprimiu em sua tipografia, localizada na mesma cidade o jornal “o Goitaense Periódico Imparcial”. Ele também fundou o jornal "o vitoriense" no dia 5 de novembro de 1866, o primeiro jornal da Vitória de Santo Antão, que se intitulava "Gazeta Noticiosa do Interior de Pernambuco".

Um século e três décadas, depois, “O Goitaense” ressuscita com adaptação aos novos tempos, agora na versão digital, através de um blog – goitaense. Blogspot.com, criado por um estudante universitário do curso de História, que reside no Município, o blog conta um pouco da rica história do Município e da sua cultura.